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Andreina, natural da Venezuela, confeiteira em São Paulo

Gastronomia

Andreina

Andreina saiu da Venezuela, junto com a família, fugindo da crise econômica. Seu primeiro destino foi a Colômbia onde, segundo ela, as coisas não deram certo para a família. De lá, o clã seguiu para o Equador, onde viveram por dois anos. “Eu precisava sair da Venezuela, mas não queria ir tão longe, porque minha mãe continuava lá”, relembra.

No Equador, Andreina começou seu próprio negócio de venda de doces e bolos com um empréstimo de 20 dólares. “Sempre trabalhei com comércio de alimentos na Venezuela, e também atuava na área de limpeza em um colégio. No entanto, com a decadência econômica do país, não conseguia mais comprar nem farinha nem açúcar. O que eu vendia por um preço em uma semana, já não era mais viável na semana seguinte”, conta ela, sobre a inflação galopante.

Estabelecida no Equador, ela cativou uma ampla clientela vendendo seus produtos na praia e sob encomenda. Em seu cadastro de clientes, figuravam pelo menos 300 nomes. No entanto, a chegada da pandemia da Covid-19 afetou severamente os negócios de Andreina. “Com o crescimento dos casos da doença, também houve a total paralisação das atividades econômicas no país”. Diante das dificuldades e da falta de perspectiva, Andreina e a família resolveram vir para o Brasil.

A viagem para chegar aqui não foi fácil. “Cruzamos um rio caminhando, porque as fronteiras estavam fechadas. Quando chegamos ao Brasil precisamos dormir em uma praça e vender pertences para terminar nossa viagem”, conta Andreina, atualmente estabelecida em São Paulo.

Determinada, ela resolveu retomar o empreendimento que garantia o sustento da família no Equador, agora em terras brasileiras. O primeiro local em que ela começou a vender os deliciosos doces que produz foi o movimentado bairro do Brás, na região central da cidade. Atualmente, Andreina comercializa seus produtos na região de José Bonifácio, bairro onde vive na Zona Leste paulistana, e também sob encomenda. Boa parte da sua clientela atual foi conquistada no Facebook, principalmente em grupos que reúnem imigrantes venezuelanos e colombianos.

“Preparo todo tipo de sobremesa, tudo também adaptado à cultura alimentar e cada local e à minha clientela”, explica Andreina, que produz sobremesas gourmet, mousses, cheescake, e bolos tradicionais com chocolate, Oreo, morango e brigadeiro. Além disso, outro sucesso de vendas da talentosa confeiteira é a torta três leites.

No futuro, Andreina pretende abrir uma loja de bolos e comprar mais equipamentos. “Tenho uma batedeira que trouxe do Equador, e uso o forno da minha casa para preparar as encomendas. Ainda estou ‘trabalhando com as unhas’, como dizem os venezuelanos, mas sei que é um processo e não perco a esperança”, finaliza.

(Texto incluído na plataforma em Dezembro de 2021)

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