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Auriscar, Arianna e Silvia, naturais da Venezuela, artesãs em Manaus

Artesanato

Auriscar, Arianna e Silvia

Os caminhos dessas três mulheres venezuelanas se cruzaram em 2019, durante uma oficina de artesanato em papel promovida pela Hermanitos, organização baseada em Manaus que visa promover a integração de refugiados e migrantes por meio do trabalho.

Em comum, Auri, Arianna e Silvia deixaram a Venezuela em 2018, em busca de melhores condições de vida. Psicóloga, Auri conta que não conseguia trabalhar no seu país de origem, e que o salário que ofereciam não permitia que ela pagasse as despesas do mês. Ao chegar em Manaus, ela trabalhou vendendo frutas na rua. Arianna largou a faculdade de química antes da graduação, e em Manaus trabalhou vendendo brigadeiros, depois em um restaurante e como recepcionista de uma empresa – emprego que mantém até hoje. Já Silvia era empreendedora na Venezuela, e veio ao Brasil em busca de melhores oportunidades para a filha adolescente.

As três fundaram e hoje conduzem a Ecopapeis, iniciativa de artesanato baseada na capital do Amazonas e que produz diversos produtos em papel reciclado. A criatividade e o talento são marcas registradas do trio, que vende blocos feitos à mão, caixas para presente, objetos de decoração e vários outros produtos personalizados. Toda a matéria prima utilizada pela Ecopapeis é sustentável, e os itens são produzidos em papel reciclado a partir de sacos de cimento e da fibra do caule da bananeira.

“Amamos a natureza, estamos baseadas em Manaus, onde está a floresta, a coisa mais importante do mundo e que temos que cuidar”, explica Arianna sobre o projeto. A pandemia do Covid-19 impôs dificuldades para as empresárias, que tiveram que limitar os encontros presenciais – elas se reúnem semanalmente no Espaço Hermanitos, para cuidar da produção. As empresárias contam que, durante a quarentena, também enfrentaram obstáculos em obter e coletar matéria prima para produzir os papeis.

Depois de retomar a produção e as atividades em maio de 2020, elas se preparam para lançar novos produtos e sonham em firmar parcerias com lojas e empresas. A ideia é ampliar a produção e o alcance dos itens e mudar a visão que muitas pessoas têm do que é “descartável”: “Por que não fomentar a consciência e mostrar para o mundo que objetos que a gente considera como lixo podem virar outras coisas”, reflete Arianna sobre sua forma diferente de fazer papel e arte.

(Texto produzido em Fevereiro de 2021)

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