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Enmanuel, natural da Venezuela, empresário em Brasília

Design e Arte

Enmanuel

Enmanuel foi o primeiro da sua família a vir para o Brasil, há dois anos. Estudante de engenharia civil, ele conta que deixou sua cidade natal Maturín, na Venezuela, antes mesmo de terminar o curso por causa da piora na condição econômica do país. Depois dele, outras 25 pessoas da sua família também vieram para o Brasil. Todos vivem atualmente no Distrito Federal, onde chegaram por meio da estratégia de interiorização do governo federal.

Antes de abrir o seu negócio, Enmanuel foi funcionário de uma rede de restaurantes e de uma rede de cinemas, de onde foi demitido no início da pandemia do Covid-19. O custo de vida da capital federal e os baixos salários que recebia, no entanto, o fizeram pensar em alternativas. “Eu sempre estive buscando formas de empreender, pois via no Brasil muitas oportunidades, como uma economia relativamente estável, onde é possível fazer um investimento pequeno e ir progredindo e crescendo”, conta o jovem, que teve a ideia para abrir o seu primeiro negócio em um momento de militância.

Enquanto se preparava para ir à Parada LGBT 2019, Enmanuel tentou comprar uma bandeira personalizada para levar ao evento, mas não conseguiu encontrar o produto. Não havia loja em Brasília e as opções on-line eram caras e muito demoradas. “Percebi nesse momento um nicho de mercado, algo que era difícil de conseguir e que muita gente gosta”, relembra Enmanuel, que hoje é dono de uma estamparia.

Ele conta que viu na pandemia uma oportunidade para montar seu negócio em casa, com um investimento relativamente baixo – apenas o necessário para comprar os equipamentos. Além do apoio de alguns clientes, que fizeram grandes encomendas para fomentar o caixa do empreendimento, ele também contou com o suporte do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH), que auxiliou na compra do maquinário.

Além de desafiador, o momento foi de muito aprendizado para Enmanuel. Ele fez cursos para aprender a mexer com os equipamentos, e também estudou gestão de negócios e aprendeu a utilizar outras ferramentas para o novo ofício, como Photoshop. Em parceria com a mãe, que trabalha como costureira, a Atinous Shop oferece uma gama personalizada de produtos como sacolas, máscaras, canecas e camisetas, todos podendo ser personalizados.

Uma das paixões do jovem é confeccionar produtos que apoiem lutas sociais, como os movimentos antirracista, o LGBT e o movimento feminista. “Meus produtos são uma forma de expressar ideias e opiniões”, garante o criativo empreendedor, que ainda sonha em trabalhar como engenheiro civil no Brasil.

(Texto produzido em Fevereiro de 2021)

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