Frözan, natural do Afeganistão, artesã em São Paulo

Frözan cursou Relações Internacionais em Cabul, capital do Afeganistão, onde conheceu Nematullah, seu futuro marido. Sem sucesso na busca por emprego na área, Frözan optou por empreender e inaugurou uma galeria de arte, onde também expunha peças de sua autoria feitas em madeira.

Contudo, com a tomada de poder pelo Talibã, o casal se viu forçado a deixar o país. Em 2022, refugiaram-se no Irã, onde conseguiram vistos humanitários para vir ao Brasil. Desembarcaram em 2023, acompanhados do irmão de Nematullah. Passaram duas semanas acampados no aeroporto de Guarulhos antes de conseguirem vagas em um abrigo em Praia Grande, onde permaneceram por um tempo até serem acolhidos na cidade de São Paulo.

Mesmo diante de tantos desafios, Frözan continua dedicada a se integrar no Brasil. Após frequentar aulas de português na Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul, Países Árabes e África (BibliASPA), agora está matriculada em um curso de idioma oferecido pela ONG Estou Refugiado.

Embora tenha conseguido empregos temporários, o casal sonha em empreender no Brasil e já retomou a produção de artesanato em madeira, característico de seu país natal. Mesmo tendo que adaptar a matéria-prima, os dois continuam a confeccionar caixas, quadros, porta-retratos e porta-joias, produtos que já foram expostos em algumas feiras na capital paulista. Além disso, Frözan também tem os materiais para fazer tatuagem de henna.

“Eu gosto muito de como as pessoas nos tratam no Brasil, e eu estou tentando trazer para cá meus irmãos e meus pais, que ainda estão no Afeganistão. Sei que precisamos de tempo para refazer uma vida do zero, mas eu quero ficar no Brasil, estou apaixonada por esse país. Eu tenho uma grande arte e quero mostrar isso aqui, basta termos o apoio necessário”, comenta a artista.

(Texto incluído na plataforma em maio de 2024)