Francelys, natural da Venezuela, costureira em Caxias do Sul-RS

Formada em Engenharia de Sistemas na Venezuela, Francelys estava enfrentando dificuldades para encontrar trabalho no país de origem. Por isso, começou a ajudar uma amiga que tinha um pequeno negócio de costura, onde descobriu uma nova paixão pelas linhas e agulhas.

Mesmo depois de ter conseguido um emprego em sua área de atuação, como desenvolvedora de websites, ela ainda tinha muitas dificuldades financeiras.

Em 2018, decidiu deixar a Venezuela e chegou a Roraima. Foi acolhida em abrigos e, após seis meses, mudou-se para a Paraíba por meio da estratégia de interiorização.

Morou alguns meses na capital João Pessoa, onde conseguiu um emprego formal, mas ainda enfrentava desafios de integração. Então, decidiu recomeçar em Caxias do Sul, na serra gaúcha. Durante dois anos e meio, trabalhou em um frigorífico, juntando dinheiro para comprar uma máquina de costura, tecidos e outros materiais.

“Caxias do Sul foi a cidade onde mais me senti acolhida, especialmente por causa das oportunidades de emprego. Quando a gente chega sem nada, precisa de um trabalho para se estabilizar”, conta Francelys.

Com o esforço, ela conseguiu comprar todo o equipamento necessário e uma impressora, começando a se dedicar exclusivamente ao seu empreendimento: o Cordero’s Bolsas e Mochilas. Em casa, ela cria, produz os moldes e costura diversos modelos de bolsas e mochilas para crianças e adultos. As vendas são feitas pela internet, mas Francelys sonha em ter um espaço físico para expor seus produtos.

“Não fui diretamente impactada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, mas o desastre levou ao cancelamento de muitas feiras. As vendas estão muito fracas, então isso afeta todos os empreendedores na região. Mas vamos continuar persistindo”, relata.

(Texto incluído na plataforma em maio de 2024)