Gineika, natural da Venezuela, cabelereira e manicure em Canoas

Gineika deixou a Venezuela em 2022, em busca de uma vida melhor em Manaus, onde sua tia já residia e tinha um salão de beleza. Foi lá que Gineika aprendeu sobre a profissão de cabeleireira e manicure. Quando a  tia retornou para a Venezuela, Gineika assumiu o salão, porém morando com um filho pequeno e sem rede de apoio, decidiu ir para Boa Vista (RR) para estar mais próxima do seu país. Abriu seu empreendimento na cidade, mas sem uma base sólida de clientes, não conseguia sustentar sua família.

Em 2023, optou em ir para o Rio Grande do Sul em busca de trabalho. Seu pai de coração vivia em Canoas e foi lá que ela rapidamente conseguiu emprego em um supermercado, onde trabalhou por mais de um ano. Durante esse período, juntou dinheiro para comprar alguns utensílios e voltar a exercer a profissão que ela conhece desde pequena. Realizou um curso de cabeleireira para se atualizar e logo conseguiu se reposicionar na área, trabalhando em um salão próximo da sua casa.

Pouco tempo depois, Gineika ia atravessar outro grande desafio, quando as fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul em 2024 levaram tudo que havia no salão de beleza onde trabalhava. Mas ela não desistiu e meses depois começou a atuar em outro salão, aliando com atendimentos em domicílio.

Gineika já tem o seu cadastro como microempreendedora individual e não abandonou o sonho de reabrir seu próprio negócio em Canoas para dar uma vida melhor para seu filho de nove anos e a sua filha de 17, que ainda está na Venezuela.  Ela tem interesse em dar cursos na área de beleza para outros refugiados e migrantes. Conta ainda que empreender proporciona flexibilidade. “Empreender é uma possibilidade para outras mães”, resume.

(Texto incluído na plataforma em julho de 2025)