Josefina, natural da Venezuela, artesã em Ananindeua (PA)
Artesanato

Indígena da etnia Warao, Josefina lembra que o artesanato era algo comum em sua vestimenta na Venezuela. Quando chegou ao Brasil, em 2018, passou um tempo em Manaus, onde as miçangas e a fibra de buriti — palmeira típica da Amazônia — se transformaram no sustento de sua família.
“Na Venezuela, eu apenas observava minha irmã e minha mãe fazendo artesanato. Aqui no Brasil, eu não sabia fazer nenhuma peça, mas em Manaus participei de um projeto com apoio do ACNUR e aprendi a trabalhar com a palha de buriti”, conta.
Após um tempo, Josefina, o marido e os dois filhos pequenos se mudaram para Belém e, mais tarde, para Ananindeua, também no Pará, onde vivem atualmente. Como artesã, ela participa de diversos grupos e coletivos da etnia Warao. É integrante do Conselho Warao Ojiduna, que representa a comunidade na região metropolitana de Belém e atua na luta por direitos. Dentro dessa rede, há ainda um grupo de artesãos chamado Nona Anonamo Tuma.
Josefina lembra que, no início, eram apenas oito venezuelanas no coletivo. Hoje, são 187 artesãos, entre homens e mulheres. O grupo comercializa peças feitas com miçangas e buriti em feiras e também sob encomenda. Já enviaram produtos até para o exterior, e as vendas acontecem principalmente por meio da página no Instagram.
Agora, Josefina também é professora e ensina outras mulheres Warao a produzir artesanato por meio de um projeto do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) em parceria com o Conselho Warao Ojiduna. Também é mediadora intercultural para temas de saúde e educação na comunidade. Mas ela quer ir além: sonha em cursar uma faculdade.
“Quero estudar, ter uma segunda profissão. Quero me formar na área da saúde e ajudar o meu povo Warao, que está sofrendo muito”, afirma.
(Texto incluído na plataforma em junho de 2025)