Roger e Ana, naturais da Venezuela, empresários em Italva
Construção e Móveis
Há mais de 20 anos, Roger trabalha como marceneiro. Ana, por sua vez, é formada em educação integral, e atuava na área quando vivia na Venezuela. O casal chegou ao Brasil em meados de 2017, por conta da crise. “Na verdade, o processo migratório não foi uma decisão, porque na prática fomos forçados a sair de lá, já que não havia como continuar na Venezuela”, relembra Ana, que veio grávida do terceiro filho do casal. “Fiquei com muito medo de não conseguir ganhar o neném bem lá, por conta das restrições para remédio, alimentação, sistema de saúde, tudo”, explica.
Durante um ano e meio, o casal morou em Boa Vista, onde enfrentaram algumas dificuldades em empreender. Em meados de 2018 a família se mudou para Italva, no Rio de Janeiro, através do programa de interiorização do governo federal. Ana conseguiu um emprego como costureira, atividade que na Venezuela era apenas um hobby. Roger, que havia trazido algumas ferramentas consigo da Venezuela, começou a trabalhar em uma marcenaria.
Atualmente, o casal lidera o empreendimento Escalona Móveis Planejados. Roger é o responsável por criar moveis planejados em MDF e pelo relacionamento com o cliente, enquanto Ana cuida das redes sociais e da contabilidade. Embora siga trabalhando como costureira, ela pretende logo se dedicar inteiramente ao empreendimento da família.
“Nós trabalhamos com móveis planejados sob medida. O cliente solicita a peça e nós fazemos uma visita à sua casa, conversamos, fazemos um projeto dentro da necessidade do cliente e do espaço disponível. O cliente também escolhe o material, é tudo personalizado”, explica Ana, sobre o desenvolvimento dos produtos vendidos na Escalona.
Ela conta que as maiores dificuldades em empreender no Brasil foram, além da compra de ferramentas, que está sendo feita aos poucos, os obstáculos na formalização do negócio. “Estamos o tempo todo estudando e procurando informação, e aos poucos vamos entendendo as coisas. Agora, queremos contratar um ajudante com a carteira assinada, e estamos focados nisso”, detalha Ana.
Para o futuro, o casal pretende comprar todas as ferramentas necessárias para a confecção dos móveis – algumas ainda são alugadas – e poder gerar empregos para outros profissionais, brasileiros e venezuelanos, por meio do crescimento do negócio. “Meu sonho é ter um showroom, onde eu possa atender os clientes e vender móveis a pronta entrega. São muitas as coisas que queremos conquistar”, conta a persistente empresária.
(Texto incluído na plataforma em Novembro de 2021)